Salve Maria!
Talvez muitos tenham estranhado a não manifestação instantânea assim que foi publicado o Decreto que levantou as excomunhões dos bispos sagrados por Dom Lefebvre em 1988. Não o fiz por motivos bem simples: preferi esperar o desenrolar dos acontecimentos, ouvir da própria boca do Santo Padre qual o significado deste gesto. Ainda bem que ele não me fez esperar por muito tempo...
Reproduzo aqui artigo publicado no site Terra, extraído do site 'Rainha Maria':
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Papa pede que bispos lefebvrianos reconheçam o Concílio Vaticano II
28.01.2009 - O papa Bento XVI pediu hoje aos quatro bispos lefebvrianos aos quais revogou a excomunhão que "dêem os passos necessários" para alcançarem a plena unidade com a Igreja e reconheçam o Concílio Vaticano II.
O pontífice afirmou isto diante das pessoas que estavam presentes na Sala Paulo XVI para a audiência pública das quartas-feiras, oportunidade na qual também pediu a eles "fidelidade e reconhecimento ao magistério e à autoridade do papa".
O papa Ratzinger explicou sua decisão de revogar a excomunhão aos quatro prelados ordenados em 1988 pelo francês Marcel Lefebvre sem o consentimento de João Paulo II porque, afirmou, a missão do sucessor do apóstolo Pedro é trabalhar pela unidade de todos os cristãos.
O papa disse que realizou "este gesto de paterna misericórdia" porque estes prelados lhe expressaram seus sofrimentos por sua situação.
"Desejo que meu gesto se una ao compromisso deles de dar os passos necessários para conseguir a plena comunhão com a Igreja e testemunhem assim a verdadeira fidelidade e o verdadeiro reconhecimento do magistério e da autoridade do papa e do Concílio Vaticano II", declarou Bento XVI.
No último dia 24 o papa revogou a excomunhão do suíço Bernard Fellay, do espanhol Alfonso de Galarreta, do francês Tissier de Mallerais e do britânico Richard Williamson.
Fonte: Terra notícias
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Todos sabiam quais eram as condições para o início das conversas entre Roma e a FSSPX: a 'liberalização' da Missa de sempre (ou do Rito tridentino, para não desagradar os neocons...) e o levantamento das excomunhões, não só dos quatro bispos sagrados por Dom Lefebvre, mas também dele e de Dom Castro-Mayer, os consagrantes. Pois bem, em 2007 Bento XVI publicou o Motu Próprio "Summorum Pontificum", dando plena liberdade aos sacerdotes de rezarem a Santa Missa usando o Missal de São Pio V com as rubricas atualizadas por João XXIII em 1962, apesar de muitos bispos resistirem ferozmente à aplicação deste Motu Próprio. Agora, a um dia do aniversário de convocação do Concílio Vaticano II (25 de janeiro de 1959), a Congregação para os Bispos levanta a excomunhão dos bispos da FSSPX – sem citar, é bom que se diga, os nomes de Dom Lefebvre e Dom Castro-Mayer.
Em relação ao Vaticano II, sabe-se que a FSSPX reconhece o Concílio Vaticano II como concílio validamente convocado. O que Dom Lefebvre não reconheceu foi o caráter 'dogmático' imposto a um concílio que foi meramente 'pastoral', que não definiu dogmas e que foi instrumento daqueles que pensam que venceram, os 'neo-teólogos', para introduzir o erro modernista na vida da Igreja. É essa 'autoridade' que o Santo Padre pede para ser reconhecida pelos bispos da FSSPX?
As duas condições foram cumpridas. E agora? Agora é esperar o que virá, e continuar rezando para que Deus ilumine os caminhos do Santo Padre.
Pax Christi!