Salve Maria!!!
Em recente passagem na cidade de Itajubá-MG, o professor Felipe Aquino concedeu uma entrevista que foi publicada no 'Informativo da Comunidade Sol de Deus' sobre "a renovação da Igreja", da qual gostaria de realçar o seguinte trecho:
Pergunta: Como o senhor vê o tempo atual vivdo pela Igreja católica no cenário Mundial?
Felipe Aquino: A Igreja nos vinte séculos dela sempre viveu momentos complicados, a gente estuda todos os séculos da história da Igreja e sempre você acha em cada século momentos complicados. Não é à toa que a Igreja fez vinte concílios em vinte e um séculos de existência, pois ela sempre teve problemas sérios para resolver e hoje tem também. Hoje eu vejo o quê? Eu vejo de um lado um neoplatonismo crescente no ocidente, mas por outro lado, felizmente, você vê na África e na Ásia o cristianismo crescendo. Eu vejo a Igreja dentro desse contexto vivendo uma crise muito séria. E essa crise está no Clero, nos padres e até alguns bispos (isto é muito sério!), isto é fruto de uma desorganização dos seminários, isto é fruto de segmentos teológicos que não seguiram o magistério da Igreja, que acabaram formando uma geração de padres que muitas vezes não estão preparados para serem pastores adequados para o povo. Mas, por outro lado eu vejo uma renovação extraordinária acontecendo não só pela 'renovação carismática', que eu penso que é a maior força de renovação, mas outros movimentos que estão trazendo uma renovação muito forte para a Igreja.
(Felipe Aquino fala sobre a 'renovação na Igreja' - Informativo da Associação Comunidade Sol de Deus - Itajubá-MG, n.º 69, Fev/2008)
Alguns comentários:
Pela primeira vez lê-se o prof. Aquino admitir que há uma CRISE na Igreja. Uma crise, segundo suas palavras, "no Clero, nos padres e até alguns bispos". Provalvelmente ele se refere aqui aos clérigos ligados à Teologia da Libertação, contra os quais o mesmo professor se indispôs devido às críticas que ele recebeu pelo conteúdo de sua carta dirigida a dom Pedro Casaldáliga criticando artigo redigido pelo mesmo (A VERDADE, PILATOS, É...). Para maiores esclarecimentos basta ler os seguintes links:
- Carta de Felipe Aquino para D. Pedro Casaldáliga, com resposta dada por padres da diocese de Mariana;
- Carta do Sr. Felipe Aquino dirigido ao teólogo Fernando Altemeyer, com resposta do mesmo.
O professor Aquino atribui esta CRISE "à desorganização dos seminários, de segmentos teológicos que não seguiram o magistério da Igreja, que acabaram formando padres que muitas vezes não estão preparados para serem pastores adequados para o povo." Desorganização esta provocada justamente pela 'fumaça de Satanás', como bem definiu o Papa Paulo VI, fumaça esta que encontrou as janelas da Igreja escancaradas pelas ambiguidades do Concílio Vaticano II.
O professor Aquino lembra bem a história da Igreja, ao lembrar os 20 Concílios Ecumênicos realizados pela Igreja, a fim de combater erros, heresias e reafirmar a Fé Católica. Concílios estes que procuraram 'blindar' a Igreja e os fiéis contra os erros que, até em determinado momento, tomaram conta do clero (o Arianismo X Santo Atanásio, excomungado pelo clero Ariano). Lembremos que, ao convocar o Vaticano II, João XXIII tinha como intenção atualizar a maneira de se levar a Fé Católica (ou 'aggiornar'), não mais com a aplicação de anátemas ou censuras, mas, usando as próprias palavras do 'Papa Bom', usando "mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor as necessidades de hoje mostrando a validez de sua doutrina do que renovando condenações. Não quer dizer que faltem doutrinas enganadoras, opiniões e conceitos perigosos, contra os quais nos devemos premunir e que temos de dissipar; mas estes estão tão evidentemente em contraste com a reta norma da honestidade, e deram já frutos tão perniciosos, que hoje os homens parecem inclinados a condená-los (...)" (João XXIII, Discurso na Abertura Solene do Concílio Vaticano II, 11/10/1962, em Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, Ed. Paulus, pág.28-29).
Sabe-se que, após o Vaticano I (1870), TODOS OS PAPAS nem cogitavam a realização de outro Concílio, seja como continuação do Vaticano I, seja como um novo Concílio:
"Consultado por Pio XII (1923) quanto à oportunidade de convocar um concílio ecumênico, quer como complemento ao Concílio Vaticano I, interrompido - como se sabe - em 1870, pela ocupação de Roma, quer como novo Concílio, o Cardeal Billot expôs as razões por que desaconselhava absolutamente tal iniciativa:
"Por fim, eis a razão mais grave, a que me parece militar absolutamente por uma resposta negativa. A retomada do Concílio é desejada pelos piores inimigos da Igreja, ou seja, pelos Modernistas, que já se preparam - como mostram indícios os mais seguros - para se aproveitar dos Estados Gerais da Igreja a fim de fazer a revolução, o novo 1789, objeto de seus sonhos e de suas esperanças. Nem é preciso dizer que eles não o conseguirão, mas nós reveremos os tão tristes dias do fim do pontificado de Leão XII e do início de Pio X; veremos ainda algo pior, e tal seria o aniquilamento dos frutos felizes da encíclica PASCENDI, a qual os tinha reduzido ao silêncio." (A Nova Teologia - Os que pensam que venceram, Ed. Permanência, pág. 11-12)
E foi o que aconteceu: influenciados por De Lubac, Rahner, Congar, Von Balthasar, a 'Nova Teologia' agora é a Teologia oficial da Igreja, guia seus documentos e o magistério atual, bem como aqueles que se dizem 'conservadores' seguem suas diretrizes.
E qual a solução dada pelo prof. Aquino para essa crise? Segundo ele, "uma renovação extraordinária que acontece não só pela 'renovação carismática' - na opinião dele (prof. Aquino) - a maior força de renovação, mas outros movimentos que estão trazendo uma 'renovação muito forte para a Igreja." Que 'renovação' é esta em que nos dá um Ironi Spuldaro (membro do Conselho Nacional da RCC-Brasil), que em suas pregações utiliza métodos nada 'ortodoxos', como chamar de 'jumento' quem não leva sua 'Palavra' para suas pregações ou usar expressões como 'ânus de Cristo'?
Nestes 40 anos pós-conciliares só vemos a crise aumentar. Mas, confiantes na promessa de Cristo, as portas do Inferno jamais prevalecerão sobre a Igreja. Por isso que o Concílio Vaticano II não é dogmático, e sim pastoral. Quer maior prova da providência Divina, que vela pela Igreja?
Pax Christi!!!