31 de janeiro de 2008

MAIS SOBRE A COMUNHÃO...

Salve Maria!!!

Recebi esta manhã um artigo por e-mail, que posto abaixo. Ele trata da questão de como devemos receber as Santas Espécies. Agradeço ao Cleber Lourenço pelo artigo.

Pax Christi!!!

***

clip_image002A Libreria Editrice Vaticana publicou um livro, Dominus Est, de autoria do Bispo Athanasius Schneider, onde ele analisa a questão da comunhão recebida de joelhos e na língua.

O Arcebispo Malcolm Ranjith prefaciou este livro, que a NLM sente-se feliz em apresentar uma tradução não oficial que aqui se segue. (nossos sinceros agradecimentos a um amigo do NLM por ter-nos disponibilizado o link para este prefácio que originalmente foi divulgado pela Associazione Luci sull'Est <http://www.lucisullest.it/dett_news.php?id=2690> .

Sem maiores delongas, passemos ao prefácio do Msgr. Ranjith, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

No Livro do Apocalipse, São João relata como viu e ouviu o que foi a ele revelado e prostrou-se em adoração aos pés do anjo de Deus ((cf. Apoc 22, 8). Prostrar-se, ou abaixar-se sobre os próprios joelhos ante a majestade da presença de Deus em humilde adoração, era um hábito de reverência que Israel apresentava constantemente perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica, levantou-se de diante do altar do Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levantadas para o céu. De pé, abençoou toda a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos diante do altar.

A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos ante a Jesus (cf. Lc 5, 8); quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41), quando o Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando Maria, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vida de seu irmão (Jo 11,32). A mesma atitude de prostração diante da revelação da divina presença é amplamente conhecida no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).

Intimamente relacionada a esta tradição era a convicção de que o Templo Sagrado de Jerusalém era o lugar da morada de Deus e, portanto, no templo era necessária a preparação da própria disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humildade e reverência na presença do Senhor.

Mesmo na Igreja, a profunda convicção de que nas espécies Eucarísticas o Senhor está verdadeiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo Sacramento em tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se numa atitude de humilde adoração do Senhor na Eucaristia.

[...]
.. fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já pertencia a essência da fé da Igreja Católica e era uma parte intrínseca do Catolicismo. Estava claro que não podíamos edificar a Igreja se esta fé fosse minimamente afetada.

Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo, Deus entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência e uma imensa atitude de humilde adoração. O Papa Bento XVI ... esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ... somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).

Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar ações e atitudes de corpo e espírito que facilitem [entrar em] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e disse, ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.” (Lc 5, 8)

Atualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé, mesmo durante a elevação e adoração das [Sagradas] Espécies. É irônico que tais medidas tenham sido tomadas em [algumas] dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja.

Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio, mudando aquela antiqüíssima prática, tornando-a uma prática regular em toda a Igreja. Algumas dioceses justificaram a mudança dizendo que ela melhor reflete o Evangelho ou a antiga prática da Igreja... Outras, para justificar essa prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc 14, 22; Mt 26, 26).

Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignorar o que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído para um gradual enfraquecimento da atitude de reverência para com a sagradas espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-se melhor o sentido de reverência. Naquela, ao invés, surgiu uma alarmente ausência de recolhimento e um espírito geral de descaso. Presenciamos pessoas que comungam e com freqüência retornam para os seus assentos como se nada de extraordinário tivesse acontecido... Em muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de seriedade e de silêncio interior que deve ser o sinal da presença de Cristo na alma.

Há ainda aqueles que levam as sagradas espécies para tê-las como souvenires, aqueles que vendem, ou ainda pior, que as levam para dessacralizá-las em rituais satânicos. Mesmo em grandes concelebrações, também em Roma, várias vezes as espécies sagradas foram encontradas jogadas no chão.

Essa situação nos leva a refletir não apenas sobre uma séria perda da fé, mas também sobre as ofensas ultrajantes...

O Papa nos fala da necessidade em compreender não apenas o profundo e verdadeiro significado da Eucaristia, mas também em celebrá-la com dignidade e reverência. Ele nos diz que temos que estar conscientes dos “gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística.” (Sacramentum Caritatis, 65). Falando ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão ele pede a todos para “que façam o possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento.” (Sacramentum Caritatis, 50).

Neste sentido, o livro escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, intitulado Dominus Est, é significativo e estimado. Ele vem trazer uma contribuição ao debate corrente sobre a presença real e substancial de Cristo na espécies consagradas do pão e do vinho... a partir de sua experiência, que lhe provocou uma profunda fé, deslumbramento e devoção para com o Senhor presente na Eucaristia, ele nos apresenta uma esclarecedora consideração histórico-teológica de como a prática de receber a Sagrada Comunhão na língua e de joelhos foi aceita e praticada na Igreja por um longo período de tempo.

Agora é momento ideal para se rever e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Sacrosanctum Concilium nem pelos Padres da Igreja, mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em algum países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação de ajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a fim de que se fortaleça a vida da Igreja e a defenda em meio ás perigosas distorções da fé que esta situação continua causando.

As razões para esta mudança não devem ser tão acadêmicas, mas pastoral-espirituais assim como litúrgicas - em resumo, o que melhor edifica a fé. Neste sentido Mons. Schneider apresenta uma coragem louvável por ter sido capaz de apreender o verdadeiro significado das palavras de São Paulo: “que isto se faça de modo a edificar.” (1 Cor 14, 26).


MALCOLM RANJITH

Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

23 de janeiro de 2008

ESPÍRITO MISSIONÁRIO E ESPÍRITO ECUMÊNICO

A recente Nota Doutrinal sobre alguns aspectos da Evangelização emitida pela Lefebvre Congregação para a Doutrina da Fé reitera o ensino do Concílio Vaticano II sobre Ecumenismo e Liberdade Religiosa. Seus autores negam qualquer choque entre o espírito missionário e o espírito ecumênico promovido durante o último Concílio.

Eis como o arcebispo Lefebvre refuta este erro em seu livro They Have Uncrowned Him: "O Concílio Vaticano II certamente canonizou a busca em sua declaração sobre a  liberdade religiosa: "a verdade deve ser procurada de acordo com a maneira apropriada à pessoa humana e a sua natureza social, a saber, por meio de uma investigação livre..." O Concílio põe esta busca em primeiro lugar, antes da instrução e da educação! (...) Falando sobre os pagãos, Eis o que São Paulo escreve: "Como acreditarão, se ninguém os ensinar? E como ensinarão a eles, se missionários não forem enviados?" (Romanos 10:15) Não é a busca que a Igreja deve proclamar, mas a necessidade para a missão: Vá, ensine todas as nações (Mt. 28:19); tal é a única ordem dada por Nosso Senhor. Quantas almas poderão encontrar a Verdade, permanecer na Verdade, sem a ajuda do Magistério da Igreja? Esta busca livre é uma ilusão total, no fundo, um naturalismo radical. E na prática, o que é que distingue um livre examinador de um  livre pensador?" (They Have Uncrowned Him, p. 175-176, Angelus Press, 2003).

Pe. Alain Lorans

(Publicado no site DICI.org - tradução de Jorge Luis)

19 de janeiro de 2008

O PAPA PEDE MAIS RIGOR NA ESCOLHA DE FUTURAS BEATIFICAÇÕES

B165 O papa Bento XVI deseja mais rigor por parte dos bispos locais na escolha dos casos de beatificações futuras na Igreja Católica, declarou o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, ao Osservatore Romano.

Em 8 de Janeiro, o cardeal português anunciou a publicação iminente de uma instrução com 20 páginas "destinada a todos os bispos residentes" e que especificaria como tratar dos pedidos emitidos por seus fiéis para a abertura de um processo de beatificação. Certamente, o processo de beatificação começa com uma fase diocesana seguida pela transferência do dossiê ao Vaticano para que o papa dê seu consentimento à proclamação de um novo bem-aventurado.

É uma maneira de "recomendar aos bispos locais para usar mais sobriedade, e mais rigor em receber pedidos para a abertura de um novo processo diocesano," a fim de melhor "refletir o espírito novo introduzido pelo papa Bento no processo de canonização. Primeiramente, nós devemos especificar que estas são inovações muito significativas que destacarão a teologia da igreja local, como foi reafirmado efetivamente no Concílio Vaticano II. A beatificação de um servo de Deus em sua própria igreja, é algo que a comunidade inteira vive em um clima da fé, que gira em torno da alegria e as celebrações ecclesiais junto àquele que está sendo levantado para a honra dos altares."

No começo de seu pontificado, Bento XVI decidiu-se que a proclamação solene da beatificação ocorreria daqui em diante em sua diocese original e não mais no Vaticano, como era habitual durante o pontificado de João Paulo II.

Além disso, o cardeal Saraiva Martins anunciou que o processo de beatificação do casal Guérin, os pais de St. Therese de Lisieux estava prestes a alcançar sua conclusão.

(Fontes: AFP/Osservatore Romano - postagem original: Pope demands more Rigor in Choice of Future Beatifications - Site DICI.org)

Tradução de Jorge Luis

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