11 de agosto de 2007

UM POUCO SOBRE A RCC...

Salve Maria

Tenho recebido alguns 'scraps' em meu perfil do Orkut de membros do movimento conhecido como 'Renovação Carismática Católica', onde estas pessoas afirmam ser eu portador de ódio a este movimento. Dentre outras coisas, me questionam como posso eu ser contra um movimento que tem a aprovação do Papa, e que, agindo assim, estou buscando a divisão na Igreja.

Antes de mais nada, é importante conhecer as origens do que hoje é a Renovação Carismática. Não sem antes passarmos pelas origens do chamado Movimento Pentecostal ou Avivamento. Para tanto, valho-me de um estudo sobre a Renovação Carismática publicado no site da Capela de Nossa Senhora da Conceição (RJ), de onde transcrevo algumas partes:

1) Breve História do Movimento (RCC)

a) Raízes Protestantes:

Apesar de muitos carismáticos tentarem atribuir suas chamadas "manifestações do Espírito" `a ininterrupta Tradição Apostólica, eles acabam sempre por fracassar nesse intento. Alguns chegam ainda a sustentar que o fenômeno cessou por causa de uma atitude "sufocante e burocratizante "por parte da Hierarquia Católica. Apesar disso, o fato da existência desses carismas não ser conhecido depois da era Apostólica, é algo que fica claramente demonstrado por essa declaração de Santo Agostinho, feita no quarto século:

"Quem em nossos dias, espera que aqueles a quem são impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem portanto falar em línguas , saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo. Pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas, para demonstrar que o Evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra. Portanto o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou"

Ao descartarmos a atribuição dos carismas à Tradição Apostólica , devemos portanto olhar para outras direções para compreendermos a origem desse fenômeno moderno. Muitos escritores atribuem o início do moderno Pentecostalismo a John Wesley, o famoso ministro ex-Anglicano e fundador do Metodismo no século 18.

O próprio Wesley, filho de um ministro Anglicano, cresceu tentando "espiritualizar" a então ainda "muito-católica" religião Anglicana, ou seja, tentando livrar o Anglicanismo de todo o seu "ranço"católico. Ele enfatizava a necessidade de uma piedade pessoal extremamente emocional, um "relacionamento pessoal"com Deus. Um dia, depois de um período convalescendo de uma longa enfermidade, Wesley sentiu uma "sufocante" manifestação do "Espírito" e percebeu que todas as suas antigas obras religiosas não passavam de tolices. Assim "cheio do poder", batizado no Espírito, tendo recebido aquilo que ele chamava de "segunda-bênção", ele foi capaz de sair e conquistar os corações de gelo das massas de denominação Anglicana dando-lhes um sentido mais profundo da presença de Deus através de seu "Método" de "Encontros de Oração".

O paralelo entre o nascimento do Metodismo e as orígens da RCC se tornam ainda mais evidentes quando consideramos o segundo passo no desenvolvimento do primeiro. Wesley começou o seu movimento como uma espécie de suplemento para os serviços dominicais da Igreja Anglicana. Os encontros de oração eram realizados durante a semana, normalmente com a supervisão de algum membro do clero. Mas logo logo as autoridades Anglicanas começaram a ficar apreensivas com o rumo que os Metodistas estavam tomando e assim recusaram-se a designar mais elementos do clero para acompanhá-los. Como consequência, Wesley e seu movimento romperam com a hierarquia Anglicana, fundando sua própria igreja, sob sua própria autoridade, embora nunca tendo renunciado ao seu "sacerdócio anglicano". O número de apóstatas Católicos, cuja apostasia_ formal ou material_ é devida à RCC sem dúvida é significante, pois qualquer um sabe que uma igreja pentecostal ou carismática é formada quase em sua totalidade por apóstatas católicos.

O Pentecostalismo propriamente dito, teve início com o movimento Revivalista ou de Reavivamento, o qual desovou entre outras, a seita do reverendo Charles Parham em Topeka, Kansas por volta do ano de 1900. Os Católicos Carismáticos atribuem o início do "Derramamento do Espírito" nos tempos modernos a essa seita herética. Uma breve sinopse da história dessa seita pode ser encontrada no livro de William Whalen chamado "Minorias Religiosas na América":

“O aparecimento da glossolalia ( falar em línguas) foi registrado em 1901. Charles Parham, um pregador do movimento da Santidade, andava desanimado com sua própria aridez espiritual. Ele alugou então uma mansão que mais parecia um "elefante branco" em Topeka, Kansas, e ali começou uma escola bíblica com cerca de 40 alunos. Juntos eles começaram uma espécie de curso intensivo das Escrituras e chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal de que um cristão havia recebido o batismo no Espírito Santo. Às 7 horas da tarde, numa véspera de Ano Novo, uma de suas alunas, Agnes N. Ozmen, começava a reunir o grupo para orar e quando foram-lhe impostas as mãos, ela começou a orar em línguas. Dentro de poucos dias, muitos outros a seguiram na experiência.”

Pahram passou os cinco anos seguintes levando uma vida de pregador intinerante antes de abrir outra escola bíblica, desta vez em Houston no Texas. Um de seus alunos, um ministro negro chamado W. J Seymore, levou a mensagem do "evangelho-pleno" à Los Angeles. Assim o movimento de Reavivamento, com apenas 3 anos de existência na Califórnia já atraía pessoas de tudo quanto é parte do país e essas pessoas se encarregaram de fundar e espalhar o Pentecostalismo na maioria das grandes cidades dos Estados Unidos, bem como em muitos países da Europa. As antigas igrejas do movimento revivalista recusavam-se a enfatizar a necessidade de se falar em línguas, mas rapidamente dezenas de denominações pentecostais independentes se organizaram, dando origem entre outras , às chamadas "assembléias de Deus".

Logo após esse firme estabelecimento em solo protestante, o Pentecostalismo começou a crescer rapidamente. De qualquer modo, sempre foi visto pelos escritores católicos como uma nova seita herética, nunca como "igreja-irmã". A revolução entrou na Igreja com a mudança de atitude proclamada pelo Vaticano II, uma abertura das janelas para o mundo, o que significou também uma abertura para todas as religiões do mundo- sob a guia de seu Príncipe e fundador, Satanás.


b) O Retiro de Duquesne e seus antecedentes (extraído do site da Comunidade Shalom):

"A primeira pessoa beatificada pelo Papa João XXIII foi uma freira chamada Elena Guerra, fundadora em Lucca, na Itália, das Irmãs oblatas do Espírito Santo. Entre os anos de 1895 e 1903, a irmã escreveu doze cartas ao Papa Leão XIII pedindo a pregação permanente do Espírito Santo, "que é aquele que faz os santos", e expressou ao Santo Padre o seu desejo de ver toda a Igreja unida em permanente oração, como o estavam Maria e os Apóstolos no Cenáculo, aguardando a vinda do Espírito Santo. Como resultado, o Papa Leão XIII publicou "Provida Matris Caritate", onde pediu que a Igreja celebrasse, entre as festas da Ascensão e Pentecostes uma solene novena ao Espírito Santo; e publicou também a sua encíclica sobre o Espírito Santo, "Divinum Ilud Munus", e em 1º de Janeiro de 1901, primeiro dia do século vinte, invocou o Espírito Santo e cantou ele mesmo o hino "veni, Creator Spiritus" em nome da Igreja. Mas, apesar da fraca resposta dos católicos ao chamado do papa Leão XIII, pessoas de outras denominações se puseram em oração ao Espírito Santo e receberam manifestações impressionantes dos dons e poder do Espírito Santo, até que nos meados da década de 1960 também a Igreja Católica começou a experimentar a Graça da Renovação Carismática.

Neste momento veremos a infiltração do protestantismo no chamado 'movimento carismático' católico:

"Em Agosto de 1966 estes dois professores (da universidade de Duquesne) encontraram-se com Ralph Martin e Steve Clark na Convenção Nacional dos Cursilhos e receberam destes cópias dos livros "A Cruz e o punhal" e "Eles falam em outras línguas" (de autoria protestante - Nota minha), que tratam da experiência pentecostal. Impressionados com a clareza que agora viam do papel do Espírito Santo na vida de quem crê, procuraram um ministro da Igreja episcopal, que embora não tivesse vivido a experiência do batismo no Espírito os conduziu a uma paroquiana sua, chamada Flo Dodge. Esta paroquiana, com seu grupo carismático de oração, os levou e, mais dois professores da Duquesne, a receber o batismo no Espírito Santo.

O que lemos acima parece ser, no mínimo, aterrador: católicos buscam em livros protestantes a clareza necessária para viver uma 'experiência' com o Espírito Santo, e recebem das mãos de uma protestante o 'batismo no Espírito Santo', pois, como no próprio texto da Shalom afirma: 'Todavia, eles ainda queriam "algo mais". Não tinham uma noção exata daquilo que queriam e que ainda estava faltando'!!! Uma porta para que o Demônio se mostre e seduza os corações mais simples...

O resto da história todos nós já a conhecemos. Por isso pergunto: como não se dedicar a combater um movimento que se diz católico, mas tem em sua raízes mais profudas o protestantismo??? Como aceitar passivamente que pessoas de boa vontade sejam enganadas por doutrinas já há muito condenadas pela própria Igreja???

Rezo a Deus para que mostre aos 'carismáticos' a enganação a que se sujeitam, e que a Igreja seja forte para sufocar a heresia que teima em contaminar seus filhos, e é por isso que luto com todas as forças contra este movimento, pelo bem das almas e pela glória de Deus e de sua Santa Igreja, assistida desde sempre pelo Espírito Santo... não este 'espírito' que reina entre os pentecostais e carismáticos.

Pax Christi!!!

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