No dia 03 de agosto de 2008 o Instituto do Bom Pastor encerrou suas atividades no Brasil. Na homilia proferia pelo Padre Roch, superior do IBP no Brasil, o sacerdote expõe os motivos pelos quais ele solicita ao Pe. Laguerie o fechamento da casa do Instituto.
Em dezembro de 2006, a convite do professor Orlando Fedeli, presidente da Associação Cultural Montfort, participei da confraternização de Natal desta associação, e de certo modo vi a chegada do IBP em nosso país, pois tive a oportunidade de conhecer os Padres Rafael Navas (superior na América Latina) e o Padre Renato (primeiro superior no Brasil). Posso dizer que tive um privilégio de ter visto aportar no Brasil um novo instituto, que teria a missão de auxiliar o Santo Padre na leitura do Concílio Vaticano II. Pelo menos era o que se via nos discursos...
Ao passar do tempo foi-se percebendo que a língua do Pe. Laguerie e, principalmente do padre de Tanoüarn, assistente do superior do IBP, vão mudando o tom, se alinhando à mentalidade da Santa Sé e sua dubiedade. Já se tolera 'concelebrar' usando o NOM, exatamente como Campos já o faz (vide a 'celebração' realizada com a presença do Padre Roberto Lettieri, da Toca de Assis, bem como a presença de Dom Rifán na basílica nacional de Aparecida).
No Brasil, o IBP contou com o apoio da Associação Montfort para seu estabelecimento e sustento, bem como o auxílio na preparação de jovens para o seminário na França.
Mais tarde, o Padre Renato deixa de ser o superior do IBP e é designado para assumir o posto o Padre Roch Perrel. O IBP consegue junto à Arquidiocese de São Paulo uma capela para que se reze a missa dominical fora da casa.
Porém, quando se acreditava numa caminhada frutuosa do IBP, padre Perrel anuncia que aquela missa (do dia 3 de agosto) seria a última no Brasil, e coloca como motivo para a saída do IBP o papel que se dá ao sacerdote por parte dos fiéis.
Uma segunda manifestação se dá por parte do Padre Renato, em 06 de agosto, onde respnsabiliza o padre Laguerie e o professor Orlando pelo fim da caminhada do IBP no Brasil. E, ontem, publicou-se na Montfort o artigo "A Capela Vazia...", sobre o tema.
Analisando os fatos, desde a origem do instituto, sua instalação no Brasil e a sua repentina saída, e fazendo uma comparação singela com a FSSPX, chegamos à conclusão que o IBP nasce fraco, sem fiéis, sem clero. O IBP é uma associação formada por padres dissidentes da FSSPX, que buscaram antes de mais nada a caridade de Roma em serem aceitos e, se assim podemos dizer, se colocarem em uma situação de 'legalidade' diante da Santa Sé. Caminho este tomado primeiro pelo Barroux, seguido pela FSSP (Fraternidade Sacerdotal São Pedro) e mais tarde por Dom Rifán em Campos.
O IBP, por não ter fiéis, não teria como se manter no Brasil. E o apoio dado pela Montfort neste aspecto (fiéis e sustento da casa) foi de grande serventia para a implantação da casa no Brasil. Mas, e acho aqui um ponto capital na questão, o IBP queria ir mais além. Queria caminhar sem se sentir 'vinculado' a uma associação de leigos, e aí se começa a falar de proibições ao professor Orlando, não permitindo que fale aos candidatos do IBP e nem use a casa de formação... a casa que a Montfort conseguiu para eles.
As partes começam a se manifestar sobre episódio, e isso é muito bom. Bom porque as coisas vão começar a se aclarar para aqueles que observam de longe, como eu. No entanto, não vejo a saída do IBP como um golpe para a Tradição. Não essa Tradição que vive de 'acordos' como o IBP, a FSSP e o Barroux.
O IBP se comportou como a moça procurando um bom partido; um esposo rico, extremamente carinhoso e disposto a agradá-la de todas as formas. O IBP tentou tirar proveito do que a Montfort ofereceu e depois... tchau! Não preciso mais de você.
E, como em todo relacionamento, há uma rede de intrigas armada. E acredito que muitos véus ainda serão retirados para que cheguemos a uma verdade.
Pax Christi!!!