28 de dezembro de 2006

Mensagem de Natal.



"Parvulus enim natus est nobis filius datus est nobis et factus est principatus super umerum ejus et vocabitur nomen ejus Admirabilis consiliarius Deus fortis Pater futuri sæculi Princeps pacis."


(Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.)

(Isaías, 9:5)


Desejo a todos um santo Natal, que o menino-Deus derrame as suas bênçãos sobre todos e que o ano de 2007 seja repleto de graças.


Deus os abençoe.


Pax Christi!!!

16 de dezembro de 2006

A MISSA DE SEMPRE... PARA SEMPRE (2)

Salve Maria!!!

Já havia postado uma notícia do UOL Notícias, dando conta da iminente publicação do Motu Próprio liberando a Missa de São Pio V. Agora, posto a notícia publicada pela ACI Prensa, que ratifica a publicação não só desse Motu Próprio após o Natal como a Exortação Apostólica Pós-sinodal sobre a Eucaristia para meados de janeiro.

Na verdade, é um documento puxando outro: o Motu Próprio exige um documento que trate da reverência que se deve ter à Santíssima Eucaristia, e bem sabemos o quanto na Missa de São Pio V encontramos o real sentido do que é a Missa: o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, perpetuado pelos séculos.

Falando mais sobre a Exortação, ela, sem dúvida alguma, será um duro golpe para os chamados 'pop-stars católicos' como os padres Marcelo, Fábio de Melo, Jonas Abib... e também para os conhecidos 'ministérios de música' existentes nas paróquias, com forte influência da RCC, que fazem da Missa verdadeiros shows de solos de guitarras estridentes e baterias...

Como muitos reagirão a estes dois documentos, só o tempo dirá... Mas já há muito alvoroço...

Abaixo segue a notícia:

Motu Próprio depois do Natal, Exortação Apostólica em janeiro

REDAÇÃO CENTRAL, 14 dez 06 (ACI) - Fontes próximas ao Vaticano informaram à ACI Prensa que o Motu Próprio pelo qual o Papa Bento XVI concederia indulgência universal ao Missal de São Pio V poderia ser publicado depois do Natal; enquanto que a Exortação Apostólica Pós Sinodal sobre a Eucaristia viria à luz em meados de janeiro.

As fontes confirmaram o que havia declarado à imprensa o Cardeal Jorge Medina Estevez, que recentemente participou da reunião da Comissão 'Ecclesia Dei' - encarregada do diálogo com o "cisma" Lefebvrista -, donde se revisou o rascunho final do texto do Motu Próprio.


A indulgência permitiria que a Missa de São Pio V seja celebrada livremente, sem o requisito atual que exige a permissão explícita do bispo local. O Motu Próprio, contudo, não aborda a situação canônica da Sociedade de São Pio X, a "organização cismática" criada por Mons. Marcel Lefebvre.

A Exortação Apostólica sobre a Eucaristia, segundo as mesmas fontes, já foi concluída por Bento XVI e se encontra em processo de tradução para os diversos idiomas nos quais será apresentada.

O texto, que viria à luz depois de 15 de janeiro, segundo as fontes, reafirma o 'não' aos sacerdotes casados, estimularia o uso do latim nas celebrações litúrgicas, e até solicita que os seminaristas aprendam o uso desta língua.

O texto também encorajaria a recuperação do canto gregoriano e a música polifônica sacra em lugar da música moderna; que implicaria numa retirada gradual dos instrumentos musicais "inadequados" para a solenidade e reverência da Celebração Eucarística.

(Fonte: ACI Prensa)

Pax Christi!!!

UMA REFLEXÃO...

Salve Maria!!!

No tempo em que vivemos, onde a Missa de São Pio V será "liberada", cabe aqui fazermos uma reflexão sobre a crise acerca do Santo Sacrifício:

"Olhando ao fundo o problema, não há debate entre a antiga Missa e a nova Missa. Não há senão o problema da Missa em si mesma. Permanece sempre 'Lex Orandi, Lex Crendendi'. A lei da oração não faz senão um todo com a lei da fé. Tal fé, tal Missa. Tal Missa, tal fé.

Quando se enfraquece a crença na
TRANSUBSTANCIAÇÃO, NO SACERDÓCIO MINISTERIAL, NO SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO, a Missa vacila. E assim também, quando a Missa se torna refeição fraterna, exaltação comunitária e improvisação profética, Tudo, hoje, se destrói em conjunto. Tudo não será restaurado senão em conjunto.

Nós não assistimos à eclosão de uma Missa nova nem ao fim de uma Missa antiga.
AS VERDADES DE FÉ QUE ELA ENCARNA SE EVAPORAM. ASSISTIMOS AO ECLIPSE DA MISSA ETERNA.

MAS OS ECLIPSES SÓ DURAM CERTO TEMPO...
"

(Louis Salleron, La nouvelle Messe, in "Missa Nova - Um Caso de Consciência - compilado sob a responsabilidade dos Padres tradicionalistas da Diocese de Campos)

Pax Christi!!!

13 de dezembro de 2006

A MISSA DE SEMPRE... PARA SEMPRE.

Salve Maria!!!

Para muitos, a notícia abaixo é um pequeno passo para o restabelecimento da Tradição...

Para outros, a mesma notícia é uma afronta ao Novus Ordo e, consequentemente, ao Concilio Vaticano II, transformado por estes em um 'superconcílio', mesmo tendo ele sido um 'concílio pastoral'...

Enfim, depois de 40 anos, os padres de todo o Orbe poderão novamente celebrar o Santo Sacrifício da Missa segundo o rito de São Pio V.

Segue abaixo a notícia:

Papa deverá autorizar missa em latim, segundo o cardeal Medina

CIDADE DO VATICANO, 12 dez (AFP) - O Papa Bento XVI deverá autorizar com um decreto a celebração da missa em latim exigida pelos católicos ultraconservadores, informou nesta terça-feira o cardeal chileno Jorge Arturo Medina Estévez, entrevistado pela agência católica I-Media.

"O decreto logo deverá ser publicado", declarou Medina, que participou da reunião convocada pelo Papa no Vaticano da comissão "Ecclesia Dei" para examinar o assunto.

"Debatemos durante mais de quatro horas e fizemos algumas correções", afirmou o cardeal, que não quis fornecer detalhes sobre os argumentos submetidos a modificações.

O decreto do Papa deverá ser proclamado de moto próprio, ou seja, trata-se de um documento aprovado pelo chefe da Igreja Católica.

A possibilidade de oficializar a missa em latim não será bem recebida por alguns setores católicos, que temem que esta seja uma forma de reintegrar os ultraconservadores.

O cardeal francês Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux (sudoeste) e presidente da Conferência Episcopal Francesa, que obteve a promessa do Papa de que o projeto de liberação da missa será revisto, não quis fazer comentários ao término da reunião.

A comissão Ecclesia Dei foi convocada após a preocupação manifestada pelos bispos franceses ante o projeto de Bento XVI de autorizar a celebração da missa em latim segundo o rito "tridentino", empregado antes do Concílio Vaticano II, que reformou profundamente a Igreja Católica nos anos 60.

O desejo de Bento XVI é obter a paz com o movimento católico ultraconservador do arcebispo francês Marcel Lefebvre, protagonista em 1988 do último cisma da história da Igreja.

Fortemente atrelados ao passado e baseando-se em quase dois milênios de tradição, a Fraternidade de São Pio X, fundada por Lefebvre, mantém forte rejeição a qualquer sinal de abertura e renovação dentro da Igreja e celebra a missa em latim.

Tal abertura preocupa os bispos franceses, que temem que os ultraconservadores nesse país obtenham muitas concessões, principalmente depois de terem ocupado ilegalmente várias igrejas e de terem rechaçado qualquer diálogo interreligioso.

O presidente da comissão é o cardeal colombiano Darío Castrillón Hoyos.

(Fonte: UOL Notícias)


Alguns comentários:

- Percebe-se como os bispos franceses se preocupam com as possíveis 'concessões' que serão dadas aos 'ultraconservadores' católicos, esquecendo-se porém que muito que a Igreja se tornou após o Vaticano II deu-se em cima de concessões, como a comunhão sob as duas espécies, a utilização abusiva dos MECEs, as guitarradas durante a Missa, e, literalmente falando, botar o Santíssimo Sacramento pra dançar...

- Esta é a hora em que vemos os 'lobos' mostrando os dentes, rosnando de raiva e acuados diante do cajado do Pastor da Igreja.

OREMUS PRO PAPA NOSTRI, BENEDICTUS XVI!!!

8 de dezembro de 2006

REGINA SINE LABE ORIGINÁLI CONCÉPTA!!!


8 DE DEZEMBRO
IMACULADA CONCEIÇÃO DA BEM-AVENTURADA
VIRGEM MARIA


A Santa Missa de hoje, em todas as suas partes, anuncia jubilosamente o grande privilégio da Imaculada. Maria Santíssima nunca teve pecado original, nem mesmo no primeiro instante de sua existência; é isto uma verdade divinamente revelada, acreditada pela Igreja, desde os princípios do Cristianismo, e, em 1854, solenemente definida como dogma.

Cheia de júbilo, entoa Maria, no Intróito (Missa de São Pio V), um hino de ação de graças diante do trono de Deus:

"Gaudens gaudébo in Domino, et exultábit ánima mea in Deo meo: quia índuit me vestiméntis salútis: et induménto justitiae circumdedit me, quasi sponsam ornátam monílibus suis." (Cheia de júbilo estou diante do Senhor, e minha alma exulta em meu Deus, pois Ele me revstiu com a vestimenta da salvação, e me cobriu com o manto da justiça, como esposa adornada com suas jóias)

Seu privilégio singular, fruto antecipado da Redenção, é decretado pela mesma Sabedoria divina, que determinou a Encarnação do Verbo divino (Epístola - Prov 8, 22-35). No Evangelho e no Ofertório, alegramo-nos ao ouvir a saudação do Anjo:

"Ave, grátia plena; Dóminus tecum: benedicta tu in muliéribus."(Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres) - Luc 1, 28

É o resumo da festa de hoje.

No Gradual, dirigimos a Maria, e com razão, as palavras qe outrora celebrou o povo de Israel a sua libertadora, a corajosa Judite:

"Benedicta es tu, Virgo Maria, a Dómino, Deo excélso, prae ómnibus muliéribus super terram." (Vós fostes abençoada pelo Senhor, Deus altíssimo, ó Virgem Maria, superior a todas as mulheres da terra)
"Tu glória Jerúsalem, tu laetítia Israel, tu honorificéntia pópuli nostri." (Sois a glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra de nosso povo.)

Pedimos neste dia a Deus, que, assim como a graça preservou a santa Mãe do Salvador ao ponto de, por sua Conceição Imaculada, ficar imune do comum contágio do pecado, também nós sejamos curados e livres de nossas faltas (Oração).

Ora pro nobis, sancta Dei Génitrix. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi!!!


Fonte:
Dom Beda Keckeisen, Missal Quotidiano, 10ª Ed. 1951, pág.733

2 de dezembro de 2006

Um Novo Ano Eclesiástico...


O TEMPO DO ADVENTO
Nós nos preparamos para a vinda de Jesus Cristo

O tempo de preparação de 3 a 4 semanas que precedem a festa de Natal é chamado ADVENTO. Isto quer dizer que o Redentor do gênero humano está, por assim dizer, em caminho para vir até nós, enquanto nos preparamos para recebê-Lo. A consciência dos nossos pecados nos faz desejar ardentemente e esperar a vinda do Redentor e Salvador do Mundo.


1) Significação deste Tempo.

Estas quatro semanas recordam-nos a primeira vinda do Salvador, em carne, e leva-nos a pensar numa segunda vinda, no fim do mundo.

As partes próprias da Missa destes quatro domingos põem esses pensamentos diante dos nossos olhos. Vemos o Salvador que há de vir, como O viram em espírito os Patriarcas: "Salus mundi", o Salvador do mundo. Como O anunciaram os Profetas: "Lux mundi", a Luz do mundo que dissipa as trevas e ilumina as nações. Como O designou São João Batista, o precursor: "Agnus Dei qui tollitpeccata mundi", o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Como, finalmente, Maria Santíssima contemplou, durante meses, o seu Filho, criança pequenina e meiga que será chamada: "Filius Altissimi", o Filho do Altíssimo.

Este tempo diz-nos ainda que Ele virá novamente no fim do mundo (Evangelho do primeiro domingo - segundo o rito de São Pio V). Virá não mais como em Belém, com as mãos cheias de misericórdias, mas como Juiz dos vivos e dos mortos, no furor dos elementos desencadeados e num aparato tão terível que os homens ficarão mirrados de susto. Hora incerta que devemos temer e para a qual, segundo o aviso do Senhor, compre estarmos preparados. E como nos prepararemos? Lembrando-nos da primeira vinda do Senhor e aproveitando-lhe os frutos.


2) Como devemos celebrar o Advento.

Tenhamos, em primeiro lugar, um grande desejo do Salvador, desejo esse que nasce da convicção firme da necessidade absoluta da Redenção, não somente para a nossa pessoa, mas, acima de tudo, para toda a santa Igreja, a Comunhão dos fiéis. Isaías, profeta do Antigo Testamento coloca em nossa boca as palavras: "Enviai, ó céus, o Justo." E a santa Igreja faz-nos exclamar nas orações: "Veni, Domine, et noli tardare." Vinde, Senhor, e não tardeis.

Em segundo lugar, devemos manter em nós o espírito de penitência. São João Batista exorta-nos: "Fazei dignos frutos de penitência." A salvação só se aproximará de nós, se afastarmos o pecado e o apego ao pecado, se fizermos penitência pelas faltas cometidas. Preparai, pois, os caminhos do Senhor, porque o Reino de Deus está próximo. Passemos, por fim, este tempo, em doce expectação com Maria, Mãe de Jesus. A Santa Igreja, de maneira toda especial, lembra-se dela neste tempo, acrescentando nas Missas uma segunda oração em sua honra, e festejando, logo nos primeiros dias, a sua Imaculada Conceição. Felizes somos nós, porque com a Mãe de Deus, já nos podemos preparar para a festa do Natal. Cada uma das Missas é uma Encarnação do Filho de Deus, e cada uma das santas Comunhões que fazemos neste tempo, faz nascer o filho de Deus em nós, auxiliando-nos para que possamos dignamente celebrar a festa de Natal.


3) Particularidades deste Tempo.

a) Durante estas semanas, por espírito de penitência não se diz o Glória nem se toca o órgão. Os sacerdotes se revestem de paramentos violáceos;

b) Nas férias do Advento (ou seja, as Missas celebradas durante a semana), não ocorrendo alguma festa de Santo, repete-se a Missa do domingo anterior, omitindo-se o versículo do Aleluia, depois do Gradual. Durante a oitava da Imaculada Conceição, exceto no domingo, ou ocorrendo alguma festa de Santo, faz-se comemoração da féria, acrescentando-se a Oração do Domingo anterior;

c) Aos sábados diz-se a Missa votiva "Rorate" em honra de Nossa Senhora. Em muitos lugares é permitida esta Missa também nos outros dias da semana, já se tendo dito a Missa do domingo anterior.


(Missal Quotidiano - Dom Beda Keckeisen, OSB, 10ª Edição - 1951, pág. 45-46)

6 de novembro de 2006

A Missa, centro de nossa vida.


"Porque, do nascente ao poente, meu nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferecem ao meu nome o incenso, sacrifícios e oblações puras. Sim, grande é o meu nome entre as nações - diz o Senhor dos exércitos." (Malaquias 1,11)

A Missa é o ato mais importante de nossa vida de cristãos. Assistimos a ela para unir nosso oferecimento ao de Jesus Cristo.

A Igreja quer que apresentemos nossa oferta ao menos uma vez por semana. E mesmo nos impôs como um grave dever a assistência à missa aos domingos. E ela nos convida de modo especial aos atos religiosos da paróquia.

Mas não basta assistir à missa de uma maneira qualquer. Convém que estejamos aí ATIVOS.

ATIVOS não quer dizer que devemos folhear nosso missal e dizer todas as orações que pronuncia o celebrante.

ATIVOS quer dizer ATENTOS ao ato do sacerdote.

ATIVOS quer dizer OFERECENDO. Levamos à missa nossos bons desejos para o dia que começa. Oferecemos nossos trabalhos, nossas lutas, nossas alegrias, e unimos nosso oferecimento ao que Nosso Senhor faz de si mesmo.

ATIVOS quer dizer REZANDO POR TODOS. Do fundo do coração rezamos não somente por nossos pais, nossa família, mas também por todo o mundo que deve ser salvo. Rezemos:

- pela Igreja, Papa, Bispos, sacerdotes, missionários, por todos os fiéis;
- pelos chefes de Estado;
- pelos cristãos, "nossos irmãos separados";
- pelos pagãos;
- pelos pecadores;
- pelos pobres, infelizes, doentes...

EM RESUMO:

O melhor modo de ouvir a missa é seguir com atenção o que se faz no altar, oferecer com o sacerdote a Vítima divina e unir-se a Jesus Cristo pela comunhão sacramental ou pelo menos por uma comunhão espiritual.

E quando, acabada a missa, nos retiramos da Igreja, resta-nos realizar o oferecimento nos atos particulares de nossa vida.

- Obedeceremos alegremente;
- Trbabalharemos e nos divertiremos com ardor;
- Seremos bons para todos.

(Extraído de "Testemunhas de Cristo - Jesus Cristo, Nossa Vida (Primeiro Volume), A. Hublet, SJ e H. Nimal, SJ - 10ª Edição, pág. 64 e 65")

Muitos podem me perguntar o porquê de eu reproduzir aqui um texto sobre a missa...

Muitos pensam que participar da missa é bater palmas...
Muitos pensam que participar da missa é seguir o folheto...
Muitos pensam que participar da missa é responder como está no folheto...
Muitos pensam que participar da missa é cantar as músicas do folheto...

Do que adianta estar 'de corpo presente' à missa, se não estamos com o coração???

E o Novus Ordo, ou seja, o Missal de Paulo VI contribuiu para a dessacralização da missa, tranformou a participação orante e piedosa do Santo Sacrifício em participação dançante, gestual e cantante do 'banquete'. Afinal, 'banquete' que se preze não pode faltar uma boa música e gente dançando...



"Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. " (Mc 7,6)



Pax Christi!!!

22 de outubro de 2006

A primeira vez...

(de Salta, Argentina)

Salve Maria!

Hoje escrevo de Salta, Argentina, onde participo de um Festival Coral.

A primeira vez, dizem, a gente nunca esquece. O domingo começou meio que cinzento, problemas com a nossa hospedagem, enfim... parecia que o dia seria muito ruim. Afinal, a minha viagem, além de participar do Festival Coral, serviria para obter o primeiro contato com a Missa Tridentina. No sábado tive o prazer de conhecer o Sérgio, após nossa apresentaçao, que durante a conversa descobri ser ele frequentador da Capela de Nossa Senhora do Carmo, da FSSPX (me permito nao usar o termo "tradicionalista"). Ele também estava atrasado, pois havíamos marcado para as 10 horas o nosso encontro.

O desânimo já tomava conta de mim quando, à porta do hotel, entra este amigo e assim a ida à Missa estava definida. Ao chegar na capela, conversamos com algumas pessoas, que nos receberam muito bem (ao contrário de Buenos Aires, aqui em Salta brasileiros sao bem recebidos, ainda mais grupo coral). Ao entrarmos na capela, percebemos a sobriedade do ambiente. Ao tocar o sinete, entra o Padre Alfonso, os acólitos e coroinhas, e ao fundo ouvíamos um órgao e o canto de entrada em latim. Quanta diferença! Quanta sobriedade, quanta piedade! Bem verdade que sao muitos gestos, muitas genuflexoes, mas repletos de singeleza, sem exageros. Agora sim, ao assistir a Missa compreendo as palavras de Sao Leonardo de Porto-Mauricio, em seu livro "As Excelências da Santa Missa"! Realmente presenciei, em toda a sua plenitude, o Santo Sacrifício! Cada palavra, cada gesto, cada ato da Missa nos transportava à vida de Jesus, de seu Nascimento, sua vida pública e o sublime momento do Calvário. Sim, sublime pois foi no Calvário a vitória de Cristo sobre o pecado.

Ide, Missa est! Nunca pensei que ouviria isso... Depois de encerrada a Missa, fui apresentado ao Padre Alfonso, natural de Jujuy (perto de Salta), onde pudemos conversar um pouco e estabelecer um contato amigo.

A primeira vez, realmente, a gente nunca esquece... A primeira viagem internacional, a primeira Missa Tridentina... esta eu espero que nao seja nem a única e nem a última.

Pax Christi!!!

2 de outubro de 2006

AS MÁRTIRES DE COMPIÈGNE


O texto que se vai ler foi tirado do apêndice histórico da edição brasileira da obra de Gertrud von le Fort (A Última ao Cadafalso, trad. de Roberto Furquim, Quadrante, São Paulo, 1998), e tem por base o livro de Bruno de Jesus Maria, O.C.D, Le Sang du Carmel ou la véritable passion des seize carmelites de Compiègne, Plon, Paris, 1954 e o informe do Secretariatus pro monialibus, Curia Generalis O.C.D., As Bem-aventuradas mártires de Compiègne, Roma, S.d. As citações entre aspas, exceto quando é indicado o contrário, provêm dos manuscritos da Irmã Maria da Encarnação.


Praça do Trono, 17 de Julho de 1794


São cerca de oito horas da tarde. É verão e o céu ainda está claro. A multidão comprime-se em volta da guilhotina, erguida no centro da antiga Place du Thrône, atual Barrière de Vincennes. Junto dos degraus que conduzem ao cadafalso, o carrasco, Charles-Henri Sanson, espera respeitosamente de pé, flanqueado por dois ajudantes. Há quarenta anos vem prestando esse serviço ao governo, com inalterável resignação. O calor é opressivo, e em toda a praça reina um odor mefítico de sangue.


Vindos da cidade, despontam os carroções. Hoje são dois, e vêm bastante cheios: ao todo, serão quarenta vítimas. Recebem-nas as exclamações e ameaças habituais, mas o barulho logo se abafa em murmúrios de espanto. Acontece que, entre os condenados, se vêem diversas mulheres de capa branca: são as dezesseis carmelitas do convento de Compiègne. Ao contrário dos seus companheiros de infortúnio, não deixam pender a cabeça nem choram ou gritam; trazem o rosto erguido, e a linha firme do corpo é sublinhada pelas mãos amarradas às costas. E cantam: aos ouvidos de todos, ressoam as notas esquecidas da Salve Rainha em latim e do Te Deum. Até para o mais empedernido dos basbaques presentes, é um espetáculo inaudito.


Quando os carroções param ao pé do cadafalso, o burburinho faz-se silêncio absoluto. Até essas mulheres histéricas, as chamadas "fúrias da guilhotina", que sempre estão na primeira fila dos espectadores, emudecem.

As primeiras a descer são as carmelitas. Uma delas, a priora, Madre Teresa de Santo Agostinho, aproxima-se do carrasco e pede-lhe que lhes conceda uns minutos para poderem renovar os seus votos e que a deixe ser a última a sofrer a execução, para que possa animar cada uma das suas filhas até o fim. Sanson, alma delicada, concorda de bom grado.


Todas juntas, cantam o Veni Creator Spiritus. A seguir, renovam os seus votos religiosos. Enquanto rezam, uma voz de mulher sussurra na multidão: "Essas boas almas, vejam se não parecem anjos! Pela minha fé, se essas mulheres não forem diretas ao paraíso, é porque o paraíso não existe!"


A priora recua até a base da escada. Tem nas mãos uma estatueta de cerâmica da Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo. A primeira a ser chamada, a mais jovem de todas, é a noviça Constança. Ajoelha-se diante da Madre e pede-lhe a benção. Segundo uma testemunha, ter-se-ia também acusado nesse momento de não haver terminado o ofício do dia. Com um sorriso a Madre diz-lhe: "Vai, minha filha, confiança! Acabarás de rezá-lo no Céu"... e dá-lhe a beijar a imagem.


Contança sobe rapidamente os degraus, entoando o salmo Laudate Dominum omnes gentes, "Louvai o Senhor, todos os povos". "Ia alegre, como se se dirigisse para uma festa". O carrasco e seus ajudantes, com gesto profissional, dispõem-na debaixo da guilhotina. Ouve-se o golpe surdo do contrapeso, o ruído seco da lâmina que cai, o baque da cabeça recolhida num saco de couro. Sem solução de continuidade, o corpo é lançado ao carroção funerário.


Uma por uma, as freiras ajoelham-se diante da priora e pedem-lhe a benção e permissão para morrer. Cantam o hino iniciado por Constança. Quando chega a vez da Irmã de Jesus Crucificado, que tem 78 anos, os jovens ajudantes do carrasco têm de descer para ajudá-la a vencer os degraus. Ela diz-lhes afavelmente: "Meus amigos, eu vos perdôo de todo o coração, tal como desejo que Deus me perdoe".


Só falta a Madre. Com gesto simples e firme, beija a estatuinha e confia-a à primeira pessoa que tem ao lado. Tem 41 anos, um rosto expressivo, nem muito bonito nem feio; o porte é, mais do que altivo, descontraído. Os olhos castanhos, sofridos mas irradiando bondade, procuram os do pe. Lamarche, que as confessara no dia anterior na prisão e que se encontra entre a multidão. Como quem tem pressa em concluir uma tarefa urgente, sobe por sua vez os degraus.


Agora tudo terminou. Pode-se cortar o silêncio como se fosse um queijo. Muitos dos assistentes choram baixinho. Anos mais tarde, encontrar-se-ão — registrados em cartas pessoais, diários íntimos e memoriais — os ecos da emoção que experimentaram e dos efeitos que ela lhes causou: muitos sentiram a necessidade de mudar de vida, de retomar a prática dos sacramentos, um ou outro de ingressar num convento... Um deles, um menino que presenciara a cena das janelas de um prédio situado em frente da guilhotina, guardou dela uma impressão tão profunda que, anos mais tarde, quando fazia o serviço militar, carregava sempre consigo as obras de Santa Teresa de Ávila e acabou por fazer-se sacerdote. "O amor vence sempre", costumava dizer a Madre priora; "o amor vence tudo".


Os corpos foram levados às pressas para o antigo convento dos agostinianos do Faubourg de Picpus. Lá foram lançados na fossa comum e cobertos de cal viva. Hoje há ali um gramado cercado de ciprestes, com uma simples cruz de ferro. É um lugar de silêncio e oração.



Trecho extraído do site Permanência - o texto completo se encontra em:
http://www.permanencia.org.br/revista/historia/compiegne.htm

Pax Christi!!!

1 de outubro de 2006

DE CARA NOVA...

Salve Maria!!!

Aproveitando a mudança no meu blog (agora é BLOGGER BETA), resolvi também mudar o lay-out. Acho que ele ficou mais 'clean', como disse minha namorada.

Espero que agora ele esteja mais agradável...

Pax Christi!

21 de setembro de 2006

A QUEM INTERESSA???

O site CLÉOFAS (http://www.cleofas.com.br) publicou sobre o Instituto Bom Pastor, erigido por S. S. Bento XVI em 8 de setembro (em vermelho/itálico):

Ex-seguidores de Lefebvre retornam à Igreja

É uma grande alegria para nós católicos saber que um grupo de cinco sacerdotes e seminaristas franceses, vários deles ex-membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X fundada pelo arcebispo cismático Marcel Lefebvre, restabeleceram sua plena comunhão com a Igreja Católica e fundaram o "Instituto do Bom Pastor" com a aprovação do Papa Bento XVI. (ACI, Roma, 11 set 06).

D. Marcel Lefebvre e seus seguidores, inclusive o ex Bispo de Campos dos Goytacazes, RJ, não aceitaram o Concilio Vaticano II e suas decisões, e separaram da Igreja Católica, e foram excomungados “latae sententiae” quando D. Lefebvre ordenou bispos sem o consentimento do Papa. Foi uma dura separação para a Igreja. Mas graças a Deus agora retornam à Igreja como muitos outros já o fizeram, aceitando o Concilio e tudo mais que é ensinado pelo Magistério da Igreja.

Este Instituto foi fundado em Roma em 8 de setembro último, na festa da Natividade da Virgem María, como Sociedade de Vida Apostólica de direito pontifício, podendo celebrar a Missa em latim segundo o rito tridentino. Segundo seus estatutos, a seus membros lhes reconhece "o uso exclusivo da liturgia gregoriana", rito contido nos livros litúrgicos que regiam em 1962, ou seja, o pontifical, o missal, o breviário e o ritual romano.

Segundo a agência France Press, os sacerdotes em questão são Paul Aulagnier, Guillaume de Tanouarn e Philippe Laguérie, nomeado este último Superior Geral no decreto de ereção do novo instituto.

Os seminaristas, continua a agência, seriam ordenados pelo Cardeal Darío Castrillón Hoyos, Prefeito da Congregação para o Clero e Presidente da Comissão “Ecclesia Dei” criada para facilitar a volta à comunhão eclesiástica plena dos vinculados à Fraternidade fundada por Lefebvre.

O Arcebispo de Burdeos e Presidente da Conferência Episcopal de França, Cardeal Jean-Pierre Ricard, assinalou em um comunicado que a este Instituto pertencem os clérigos que desejam “exercer seu sacerdócio na tradição doutrinal e litúrgica da Santa Igreja Católica Romana”.

Os estatutos do Instituto do Bom Pastor foram aprovados com caráter experimental por um período de cinco anos.

O ponto principal de discórdia entre D. Lefebvre e a Igreja foi o Concilio Vaticano II tão amado pelos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI que deles participaram. Os católicos não podem ter dúvidas sobre a legitimidade, validade e grandeza desse Concilio que foi, como disse João Paulo II, “uma primavera para a Igreja”.

Ele disse sobre o Concilio, em 15/10/1995:

“Na história dos Concílios, ele reveste uma fisionomia muito singular. Nos Concílios precedentes, com efeito, o tema e a ocasião da celebração tinham sido dados por particulares problemas doutrinais ou pastorais. O Concílio Ecumênico Vaticano II quis ser um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo. A essa reflexão impelia-a a necessidade de uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que, como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus.

Graças ao sopro do Espírito Santo, o Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele não marcou a ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da inteira tradição eclesial, para orientar os fiéis na resposta aos desafios da nossa época.

À distância de trinta anos, é mais do que nunca necessário retornar àquele momento de graça. Como pedi na Carta Apostólica Tertio milennio adveniente (n.36) entre os pontos de um irrenunciável exame de consciência, que deve envolver todas as componentes da Igreja, não pode deixar de haver a pergunta: quanto da mensagem conciliara passou para a vida, as instituições e o estilo da Igreja.

Já no Sínodo dos Bispos de 1985 [sobre o Concílio] foi posto um análogo interrogativo. Ele continua válido ainda hoje, e obriga antes de mais a reler o Concílio, para dele recolher integralmente as indicações e assimilar o seu espírito... A história testemunha que os Concílios tiveram necessidade de tempo para produzir os seus frutos. Contudo, muito depende de nós, com a ajuda da graça de Deus. “ (L’Osservatore Romano, 15/10/95)

Veja então, que o Concilio Vaticano II foi a Grande Bênção para a Igreja nos últimos tempos.

Prof. Felipe Aquino

Observação: Fiz questão de publicar aqui o artigo na íntegra, já que ele 'desapareceu' do site... Muito estranho isso não?

Imediatamente enviei um mail ao professor, comentando a publicação (em azul):

Professor, Salve Maria.

Com satisfação volto a lhe escrever, desta vez comentando a notícia publicada pelo sr. com o título de "Ex-seguidores de Lefebvre retornam à Igreja". O que eu lamento profundamente é como a maneira que o seu site a divulgou, informando apenas o que lhe convinha. Por isso é importante que se faça algumas considerações (em azul/negrito). Em preto/itálico está o texto pelo sr. escrito.

1) "É uma grande alegria para nós católicos saber que um grupo de cinco sacerdotes e seminaristas franceses, vários deles ex-membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X fundada pelo arcebispo cismático Marcel Lefebvre, restabeleceram sua plena comunhão com a Igreja Católica e fundaram o "Instituto do Bom Pastor" com a aprovação do Papa Bento XVI. (ACI, Roma, 11 set 06)."

Primeiramente, é importante frisar que Monsenhor Lefebrve não é e nem foi considerado "cismático" pela ordenação dos 4 bispos em Écone, juntamente com Dom Antônio de Castro Mayer. Faço referência às palavras do Eminentíssimo Cardeal Dario Castrillon Hoyos, Prefeito da Congregação para o Clero, em entrevista à televisão Canal 5 em 13 de novembro de 2005, sobre a situação da Fraternidade São Pio X:

“Não estamos diante de uma heresia. Não se pode dizer em termos corretos, exatos, precisos, que haja um cisma. Há uma atitude cismática no consagrar Bispos sem o mandato pontifício. Eles estão na Igreja, – como foi dito no encontro com Dom Fellay -- falta apenas ma plena, uma mais perfeita comunhão, uma mais plena comunhão, porque a comunhão existe”.

Podemos ainda nos referir a diversas declarações de autoridades da Igreja. Ei-las:

"O ato de consagrar um bispo, sem autorização do Papa, não é, de si, um ato cismático" (logo não pode ser punido com excomunhão) (Cardeal Castillo Lara, presidente da Pontifícia Comissão para a Autêntica Interpretação do Código. In La Republica, 7/10/1988)

O Caso de Honolulu: uma capela da Fraternidade São Pio X recebeu do bispo de Honolulu a pena de excomunhão, por um decreto de 1º de maio de 1991. Cinco pessoas dessa capela recorreram a Roma. Em 28 de junho de 1993 o Cardeal Joseph Ratzinguer ordenou à Nunciatura Apostólica dos Estados Unidos que respondesse aos interessados.
"Depois de haver examinado o caso, com base no Direito Canônico, comunico que os atos referidos no decreto acima mencionado não são atos cismáticos formais, nos sentido estrito, e também não constituem pecado de cisma, e por isso, a Congregação para a Doutrina da Fé afirma que o decreto de 1/5/1991 carece de fundamento e validade"

"...A situação dos membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X é uma questão interna da Igreja Católica. A Fraternidade não é uma outra Igreja ou uma outra comunidade eclesial, no sentido usado pelo Diretório. Seguramente a Missa e os Sacramentos administrados pelos padres da Fraternidade são válidos. Os bispos são ilicitamente, mas validamente sagrados." (Cardeal Edwar Cassidy, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos: 3 de maio de 1994, resposta a uma carta)

"Mgr. Lefebvre não fez absolutamente nenhum cisma com as suas sagrações episcopais". (Professor Geringer, perito em Direito Canônico da Universidade de Munique)

E o mais interessante, professor, repare:

A Tese do Padre Gerald Murray:

Em julho de 1995, a Universidade Gregoriana, de Roma, aprovou com nota máxima, a tese de doutorado em Direito Canônico do padre americano Gerald Murray. Título da tese: O Estatuto Canônico dos fiéis do Arcebispo Marcel Lefebvre e da Fraternidade Sacerdotal São Pio X: estão eles excomungados como cismáticos?
O padre conclui: "cheguei à conclusão de que, canonicamente falando, Mgr. Marcel Lefebvre não é culpável de nenhum ato cismático... O exame das circunstâncias nas quais o arcebispo Lefebvre procedeu a sagrações episcopais à luz dos cânones 1321, 1323, 1324, suscita pelo menos uma dúvida significativa, senão uma certeza razoável contra a validade da declaração de excomunhão pronunciada pela Congregação dos Bispos. A declaração administrativa da Santa Sé parece ter deixado de levar em consideração o direito penal revisado do Código de Direito Canônico, especialmente no que diz respeito à mitigação ou isenção das penas latae sententiae. A malícia do arcebispo Lefebvre foi pressuposta. Suas convicções subjetivas sobre o estado de necessidade alegado foram pura e simplesmente omitidas por um comunicado não assinado, quando o Direito Canônico estipula que o fato de ter uma tal convicção e agir em conseqüência, mesmo estando enganado, preserva a pessoa de incorrer na pena latae sententiae.

Acredito que o sr. desconhecia tais pareceres das autoridades da Igreja sobre Monsenhor Lefebvre e a FSSPX. Já que o sr. e muitos dos seguimentos da Igreja agem com profunda "caridade ecumênica" com nossos "irmãos separados", acho que tal tratamento deveria ser também dispensado àqueles que são tão católicos quanto o sr.

2) "Mas graças a Deus agora retornam à Igreja como muitos outros já o fizeram, aceitando o Concilio e tudo mais que é ensinado pelo Magistério da Igreja."

Mais uma vez me permita contestar suas palavras. Para fontes do Vaticano, a novidade reside no fato de que “o próprio Bento XVI desejou esse procedimento” no qual “o missal tradicional de São Pio V não é um missal a parte, mas, uma forma extraordinária do único rito romano”. O Vaticano, como entre os membros do novo instituto, insiste em dizer que “este acordo corresponde às solicitações outrora feitas por Dom Lefebvre”, separado de Roma em 1988.

E, ao contrário do que o sr. afirma, o Instituto Bom Pastor não está obrigado a aceitar o Vaticano II. Pelo decreto papal se reconhece que os membros do Instituto do Bom Pastor têm o direito de “criticar de modo construtivo” o Concílio Vaticano II. Este ponto foi claríssimamente explicitado no supracitado sermão do Padre Laguérie:

“Há questões teológicas pontiagudas, em particular aquelas concernentes ao Concílio Vaticano II. Sobre este ponto nós temos a obrigação, também, o que é inesperado, de trabalhar, sob a condução do Papa, pois somente ele pode fazer isso, de restabelecer a autenticidade da doutrina católica”.
“Quero dizer com essas palavras que tudo o que há de ambíguo, e até de falso [no Vaticano II] deve ser restabelecido por nós, tendo em vista dar por fim uma autêntica interpretação desse Concílio. O que supõe de outro lado que essa interpretação não existe totalmente ainda, e vou dar alguns exemplos: a liberdade religiosa fez escorrer muita tinta, vós o sabeis, e efetivamente, há coisas aparentemente e textualmente contraditórias com o Magistério precedente. O Papa Bento XVI, quando era ainda o Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, retificou essa doutrina, quando esteve na Argentina em 1988, por ocasião das sagrações feitas por Monsenhor Lefebvre”.
“Eu não desejaria aqui entrar nos pormenores da Teologia, mas, enfim, eu vos citarei ainda um outro exemplo, o famoso, “subsistit in”.
“Está dito, no Concílio Vaticano II que a Igreja fundada por Cristo subsiste na Igreja Católica. Enquanto que a doutrina tradicional é evidentemente que a Igreja fundada por Cristo, é a Igreja Católica”.
(...)
“Em síntese, é preciso voltar a dar um sentido verdadeiramente e univocamente católico a todos esses textos, e este também é o trabalho igualmente confiado ao Instituto [Bom Pastor]”. (Primeiro sermão do Pe. Laguérie como Superior do Instituto do Bom Pastor).

Isto é muito significativo, professor: dá-se a um instituto a ordem de "criticar" o "intocável" Vaticano II!

"Os três encargos essenciais de nossos estatutos eu os resumo dizendo:

- a obrigação da Missa tradicional,
- o dever de criticar, de dar a verdadeira interpretação do Concílio Vaticano II,
- terceiro, esta abertura de paróquias, que está em nossos estatutos!

É também uma ordem da Santa Igreja Romana que nos confia este trabalho. Isso é verdadeiramente maravilhoso » ” (Primeiro sermão do Pe. Laguérie como Superior do Instituto do Bom Pastor).

Veja só, professor, não se obriga ao Instituto Bom Pastor a obediência ao Concílio Vaticano II. Ao contrário do que se exigiu à Administração Apostólica São João Maria Vianey, em Campos...

Será, prezado professor, o fim do "Espírito do Concílio", condenado pelo próprio Bento XVI em sua alocução no dia 8 de dezembro de 2005???

Bom, prezado professor, nem sei se terei uma resposta, mas ouso afirmar que vem chegando a primavera na Igreja... a fumaça de Satanás que um dia, segundo o próprio Paulo VI, entrou por alguma janela da Igreja começa a ser dissipada.

Pax Christi!

Jorge Luis

Fontes de consulta:

www.montfort.org.br
www.capela.org.br/indice.htm


Fica aqui a minha pergunta: A QUEM INTERESSA MANIPULAR AS NOTÍCIAS DO QUE VEM ACONTECENDO NA SANTA SÉ??? A QUEM INTERESSA DISTORCER A VERDADE DOS FATOS???

Pax Christi!!!

11 de agosto de 2006

UMA PEQUENA REFLEXÃO...

Salve Maria!

Quantas vezes nós nos pegamos pensando sobre o que é ter FÉ... Não é verdade? É comum vermos em sermões, pregações de todos os naipes, pessoas falando em FÉ, em ter FÉ... Mas será que nós sabemos realmente o que significa "TER FÉ"?

Ao lermos a história de Abraão, no Livro do Gênesis, Deus se manifesta: "O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar". (Gn 12,1). Eu procuro me colocar no lugar deste homem, acomodado em meu canto, e de repente uma voz me chama, e diz para deixar tudo... Mil coisas passam pela cabeça: largar emprego, família, filhos, diversões, conforto...

Ter FÉ é muito mais do que simplesmente CRER... Porque, como as Escrituras mesmas dizem: "Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios crêem e tremem". (Tg 2,19).

Não quero aqui fazer um tratado sobre o significado etimológico da palavra FÉ, da mesma raiz que a palavra FIEL (do latim FIDES), mas é justamente em sua raiz é que encontramos seu real significado.

Ter FÉ é se entregar completamente a Deus e a seus designios... Não foi isso que fez Abrão? Ele não apenas acreditou, mas se despojou de si mesmo e foi aonde Deus o levou... E nós, que atitude tomamos no decorrer da nossa vida? Cremos apenas ou deixamos de ser nós mesmos por amor de Deus?

A Igreja nos ensina que FÉ é "a convicção firme e inabalável que temos, das coisas reveladas por Deus, e propostas a crer pelo Magistério Infalível da Igreja" (Catecismo Romano). Não é um mero "sentimento", como se ensina nestes tempos 'modernos'...

FÉ é, acima de tudo, a nossa atitude perante Deus. É a nossa atitude diante do próximo.

Pax Christi!

4 de agosto de 2006

FORA DA IGREJA HÁ SALVAÇÃO???

Salve Maria!

Postei, há alguns meses, no Orkut um tópico sobre a salvação para aqueles que estão fora da Igreja. Achei por bem reproduzí-lo aqui, por ser um espaço maior e poder dar maiores esclarecimentos acerca do tema, além de uma notícia da ACI, sobre a questão da verdadeira Igreja de Cristo. Se forem necessários comentários adicionais serão colocados em vermelho/negritado/itálico:

FORA DA IGREJA HÁ SALVAÇÃO??? (Publicado em 26/05/2006 07:02)

Para melhor esclarecimento aos amados irmãos, transcrevo aqui o ensinamento da Igreja sobre a questão "FORA DA IGREJA HÁ SALVAÇÃO?".

Compêndio do Catecismo da Igreja:

162. Onde subsiste a única Igreja de Cristo?
R. A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo subsiste na IGREJA CATÓLICA, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele. Somente por meio dela se pode obter A PLENITUDE DOS MEIOS DE SALVAÇÃO, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio Apostólico, cujo chefe é Pedro.

163. Como considerar os cristãos não-católicos?
R. Nas igrejas e comunidades eclesiais que se separaram da plena comunhão da Igreja Católica encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos esses bens provém de Cristo e IMPELEM À UNIDADE CATÓLICA (=movem-nos à Igreja Católica).
(Ou seja, aqueles que se encontram fora da Igreja Católica, por existir estes "elementos de santificação e verdade", são levados a conhecerem a Igreja Católica e a ela aderirem.)

171. O que significa a afirmação: "FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO"?
R. Significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu corpo. Portanto, NÃO PODEM SER SALVOS os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrarem e nela não perseverarem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, mas procuram sinceramente a Deus e, sob influência da graça, se esforçam por cumprir a vontade dEle, conhecida por meio do ditame da consciência.

E quem são aqueles que "ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja"?

Uma pessoa que está absolutamente sem condição de conhecer a verdade, como, por exemplo, os índios brasileiros antes da colonização, estavam em ignorância invencível, visto que eles não tinham os meios de chegar ao conhecimento pleno da verdade. Eles deveriam somente seguir a lei natural (isto é, não roubar, não matar, não mentir, etc.) Evidentemente nenhum homem será julgado pelo que não teve condições de conhecer, por isso dizemos que esse tipo de ignorância é inculpada.

Um segundo tipo de ignorância é a ignorância culpada, na qual a pessoa tem as condições de conhecer mas não aceita, por um motivo qualquer, a verdade. Nesse tipo de ignorância é nítido que a pessoa tem culpa, visto que tinha os meio necessários para conhecer o certo e rejeitou-o. Essa ignorância dizemos ser ignorância culpada.

Esse é o caso dos protestantes atuais, que têm todos os meios de conhecer a verdadeira religião e, no entanto, a rejeitam. Não podemos pensar que Deus simplesmente não concede a esses protestantes as graças necessárias para sua salvação. Seria um absurdo pensar que Deus vê esses coitados na heresia e não faz nada para tirá-los de lá. Uma prova disto são os casos de protestantes que se convertem ao catolicismo, pois estes, estando de boa vontade, logo que percebem o erro de sua seita, abandonam-na e convertem-se à verdadeira fé.

Evidentemente devem existir algumas exceções, que só Deus conhece e que só Deus julgará.

Para não deixar nenhuma dúvida citamos a bula Unam Sanctam, do Papa Bonifácio VIII, na qual de declara:

“Por isso, declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao romano pontífice”

Veja bem: “absolutamente necessário”, ou seja, não é possível – salvo caso de ignorância invencível – uma pessoa salvar-se sem estar sujeita ao Romano Pontífice.

Mas, para aqueles que pensam que basta apenas ser católico para ser salvo, um alerta:

"Contudo, não se salva, embora esteja incorporado à Igreja, aquele que, não perseverando na caridade, permanece dentro da Igreja com o corpo, mas não com o coração"

Assim como muitos que não estão na Igreja obterão a salvação, muitos que estão na Igreja a perderão...

O que diz o Vaticano??? (Publicado em 26/05/2006 07:10)
Jornal vaticano lembra que a Igreja de Cristo será sempre a Igreja Católica

VATICANO, 08 Dez. 05 (ACI) .- Em sua edição especial pelo 40º aniversário de conclusão do Concílio Vaticano II, o diário oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, recordou que segundo o Concílio a Igreja de Cristo será sempre a Igreja Católica.

No estudo realizado pelo Padre Karl Josef Becker, o jornal vaticano esclarece as últimas interpretações surgidas depois do último Sínodo dos Bispos, que tentam desconhecer a função central de Cristo na fundação da Igreja.

“Quem defende com o Concílio Vaticano II a perpétua permanência de todos os elementos salvíficos instituídos por Cristo na Igreja Católica, está totalmente disposto a tomar em consideração os problemas abertos pelo Concílio Vaticano II”, indica o artigo.

E acrescenta que nas demais comunidades cristãs existem elementos eclesiásticos de verdade e de santificação que são próprios da Igreja e empurram para a unidade com ela”.

O estudo está apoiado no decreto conciliar sobre ecumenismo, Unitatis Redintegratio e a constituição dogmática Lumen Gentium, que afirma que “a única Igreja é a governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele”.

Segundo fontes do jornal vaticano, o artigo do Pe. Becker poderia ser publicado em breve nos vários idiomas em que se edita o semanário.

No amor de Cristo, por Maria.

Fontes de consulta:

www.montfort.org.br
www.acidigital.com (de onde foi extraído o artigo)
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

31 de julho de 2006

ELA VIVE!!!

Salve Maria!

Dentre os muitos movimentos surgidos na era pós-conciliar, um se destacou pelo seu caráter eminentemente sócio-político: a Teologia da Libertação. Nascida na década de 60 por parte de alguns pensadores cristãos, tanto católicos como protestantes, defende a idéia de um alavancamento da Igreja Católica dentro do cenário político, apoiando para tanta as ideologias marxistas. Chama-se "libertação", segundo o contexto do movimento, pois preconiza a libertação do ser humano de toda e qualquer desigualdade social, hierárquica e até mesmo moral. Teve em Genésio (ex-frei Leonardo) Boff um de seus maiores articuladores, ele mesmo se definindo como o criador do nome desta corrente teológica(?).

Para muitos, e até para mim, imaginava-se que a TL, em virtude do silenciamento de seu principal condutor ideológico, havia perdido forças, resistindo em pontos muito isolados, já que a maioria dos clérigos que receberam a "novidade" hoje estão com idade avançada, e apesar de alguns bispos mais novos aderirem à TL, são poucos, restritos a suas dioceses, e a tendência é que se reduzam mais, em virtude do movimento ser contrário ao sacerdócio ordenado.

Pois bem, na verdade a TL perdeu forças, mas ainda está longe de ser banida do seio da Igreja. Assim diz Frei Clodovis Boff, "teólogo" católico e um dos principais teóricos da Teologia da Libertação na América Latina, no seu artigo "A Teologia da Libertação e a crise da nossa época", postado no site PASTORALIS (http://www.pastoralis.com.br).

Segundo Frei Clodovis, "a partir de suas bases, a TdL está se reformulando, ampliando dialeticamente suas grandes intuições, especialmente a dupla referência aos pobres e ao evangelho, e incorporando novas questões. Eis algumas tarefas que está levando em frente:

- No nível metodológico , vai assumindo uma Mediação Sócio-Analítica mais plural, mesmo se o marxismo permanece como referência importante.

- No nível eclesiológico, trabalha, em articulação com a problemática das Comunidades Eclesiais de Base e o "novo modo de ser igreja", questões como: religião popular, papel social e religioso das massas, realidade urbana, inculturação da fé, importância da mídia, lugar das novas classes médias, discernimento dos novos movimentos religiosos.

- No nível político, revaloriza em novos termos a relação direta e imediata com os "excluídos" (caridade, assitência); dá lugar às alianças estratégicas com esquerdas e aos acordos táticos com direitas.

- No nível da espiritualidade , passa a redescobrir a gratuidade da contemplação, pondo decididamente a "mística de Deus", como ponto de partida, polo dialético e centro para a "mística da luta".

Aqui vemos uma novidade dentro do contexto do movimento: a espiritualidade ganha uma certa atenção dos teólogos, pois como diz o mesmo Frei: "Frente ao mudado cenário tanto da fé quanto da política, é dever da TdL repor a relação fé-política em novos termos. Tudo indica que a fé, como sempre política, tenderá a sê-lo em menor medida, por entender enfatizar com maior vigor sua autonomia específica. Quanto à política, tenderá a ser mais vulnerável à penetração da religião, com o perigo de sua "colonização" sob a forma da integralismo político. Na verdade, hoje o indicador "política" baixa, enquanto que o da "fé" sobe."

Do mesmo modo, o autor afirma que o movimento "evoluiu": "Efetivamente, a crise atual trouxe para a TdL a necessária relativização de muitos pontos de vista. Ela purificou-a de alguns equívocos. Constitui, assim, para ela um exercício de despojamento.

Ao nível de suas mediações, muitas certezas falsas foram para o chão. Essas certezas se situavam a um tríplice nível: (1) certezas de análise sobre o que era o sistema social (capitalista); (2) certezas sobre o projeto histórico de sociedade, de como devia ser o sistema (socialista) alternativo; (3) certezas sobre as estratégias corretas (de classe e revolucionárias) para se chegar a encarnar a utopia.

A TdL tornou-se mais humildade e transigente. Passa a perceber a realidade de modo mais vário e complexo. Faz-se sensível à parte de verdade que está nas outras propostas, tidas outrora com pouco sem-cerimônia como "alienadas" ou coisa "fora da linha certa".

Complementando, ele afirma que "a TdL hoje adota um "perfil baixo", identificando para basear sua assertiva "três circunstâncias responsáveis, de peso e de valor desiguais: (1) a incorporação da temática da TdL pela Igreja Institucional em seu discurso oficial, (2) a dominância da ideologia neoliberal no atual debate social; (3) o deslocamento da relevância social para a questão do "sagrado"."

Sobre as consideradas três circunstâncias responsáveis, sabemos que a temática da Teologia da Libertação é equivocada no que diz respeito às noções de "Reino", "Pecado", "Teologia" e "Evangelização", e até mesmo no uso da palavra "Libertação", pois reduz tais termos a definições sociológicas, direcionadas ao Homem visto num contexto sociológico e antropológico, esquencendo-se (até agora) do caráter místico e escatológico que as palavras citadas anteriormente alcançam.

Sabemos também que a Igreja possui sua Doutrina Social, onde ela defende a propriedade privada, o direito a condições dignas de trabalho, a renumeração justa. Ela reconhece a dignidade do Homem enquanto ser produtivo e ensina que o trabalho foi feito para o Homem, e não o contrário. O trabalho é condição para o desenvolvimento de nossa personalidade, porque mediante o trabalho o homem estabelece relações com: 1) Deus; 2) seu próximo, e 3) a natureza. O trabalho é um meio para a salvação de nossas almas, o melhoramento da sociedade e o progresso da civilização.

Poderia aqui desenvolver mais sobre tal assunto, mas acredito que seria repetitivo demais diante da gama de documentos da Igreja sobre o movimento e sobre sua Doutrina Social. A intenção real deste pequeno artigo é alertar aos católicos que o "urso apenas hiberna dentro de sua caverna", e como a lagarta, depois de deixar o casulo, poderá surgir uma bela borboleta, mas ainda com o espírito da mesma lagarta.

Fontes de consulta:

www.veritatis.com.br
www.pastoralis.com.br

30 de julho de 2006

IN DOMINICO AGRO

Salve Maria!

Estou apresentando, como meu primeiro trabalho, a transcrição da Encíclia Papal IN DOMINICO AGRO, de Clemente XIII, de 14/06/1761. Ela é um documento atualíssimo, que adverte ao Clero sobre a guarda do depósito da fé, e do cuidado que se deve ter diante de "novidades", vestidas com "aparência de verdade"...

ENCÍCLICA "IN DOMINICO AGRO", DE CLEMENTE XIII

O PAPA CLEMENTE XIII

Aos seus venerandos Irmãos, Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos.

Veneráveis Irmãos, saudação e bênção apostólica.

No campo do Senhor, cuja cultura nos cabe dirigir, pelo agrado da Divina Providência, nada requer tão atenta vigilância, nem tão zelosa perseverança, como a guarda da boa semente nele lançada; noutros tempos, a guarda da doutrina católica que Jesus Cristo e os Apóstolos legaram e confiaram ao Nosso ministério.

Se por preguiça e incúria [Nossa], a sementeira ficasse abandonada, o inimigo do gênero humano poderia espalhar cizânia de permeio, enquanto os obreiros dormissem a bom dormir. Por conseguinte, no dia da ceifa, mais erva haveria para queimar ao fogo, do que trigo para recolher nos celeiros
Na verdade, o bem-aventurado Apóstolo Paulo exorta-nos, com instância, a guardarmos a fé que, uma vez por todas, foi confiada aos Santos. Escreve, pois, a Timóteo que guarde o bom depósito, porque instariam tempos perigosos, durante os quais haviam de erguer-se, na Igreja de Deus, homens maus e sedutores. Valendo-se de tal cooperação, o ardiloso tentador tudo faria por induzir os ânimos incautos em erros contrários à verdade do Evangelho.

Como muitas vezes acontece, na Igreja de Deus surgem perniciosas opiniões que, apesar de contrárias entre si, são concordes na tendência de abalar, de qualquer maneira, a pureza da fé.

Muito difícil será, então, brandir a palavra de tal forma, por entre um e outro adversário, que a nenhum deles pareça termos voltado as costas, mas antes repelido e condenado, da mesma maneira, ambos os grupos inimigos de Cristo.

Sucede também, algumas vezes, que a ilusão diabólica facilmente se oculta em erros disfarçados pelas aparências de verdade; como também um leve acréscimo ou troca de palavras corrompem o sentido da verdadeira doutrina. Assim é que a profissão de fé, em lugar de produzir a salvação, leva por vezes o homem à morte, em virtude de alguma alteração, que sutilmente lhe tenha sido feita.


Devemos, pois, afastar os fiéis, mormente os que forem de engenho mais rude ou simples, destes escabrosos e apertados atalhos, por onde mal se pode firmar pé, nem andar sem perigo de queda.

Não devem as ovelhas ser levadas às pastagens por caminhos não trilhados. Por isso, não devemos expor-lhes opiniões singulares de doutores embora católicos, mas unicamente aquilo que tenha o sinal inequívoco e certo da verdadeira doutrina católica, a saber: universalidade, antiguidade, consenso doutrinário.

Além do mais, como não pode o vulgo subir ao monte, do qual desce a glória do Senhor; como vem a perecer, se para a ver ultrapassa certos limites - devem os guias e mestres marcar ao povo balizas para todos os lados, de sorte que a exposição da doutrina não vá além do que é necessário, ou sumamente útil para a salvação. Assim, os fiéis também obedecerão ao precieto do Apóstolo: "Não saibam mais do que convém saber, e sabê-lo com moderação".


Possuídos desta convicção, os Pontífices Romanos, Nossos Predecessores, empregaram toda a energia não só para cortar, como o gládio da excomunhão, os venenosos germes do erro que às ocultas iam vingando; mas também para cercear a expansão de algumas opiniões que, pela sua redundância, impediam o povo cristão de tirar da fé frutos mais copiosos; ou que, pela parentela com o erro, podiam ser nocivas às almas dos fiéis.

Depois de condenar, por conseguinte, as heresias que, naquela época, tentavam ofuscar a lus da Igreja; depois de assim dispersar as nuvens dos erros, o Concílio Tridentino fez rebrilhar, com mais fulgor, a verdade católica.
Como julgassem que aquela Santa Assembléia da Igreja Universal usara de tanta prudência e moderação, abstendo-se até de reprovar opiniões, que por si tivessem a autoridade de doutores eclesiásticos, quiseram os Nossos mesmos Predecessores que outra obra fosse feita, segundo a mente do mesmo Sagrado Concílio, abrangendo toda a doutrina necessária à instrução dos fiéis, mas de maneira absolutamente livre de qualquer erro.

Eis o motivo de terem publicado o presente livro, com o título de "CATECISMO ROMANO". Empresa, que lhes acarreta louvor, sob dois pontos de vista.

Por um lado, reuniram no Catecismo a doutrina, que é comum na Igreja, e isenta de qualquer perigo de erro. Por outro, determinaram expressamente que esta mesma doutrina serviria para a instrução pública do povo. Obedeciam ao preceito de Cristo Nosso Senhor, que aos Apóstolos mandou "dissessem às claras o que Ele próprio lhes dissera nas trevas; e dos telhados apregoassem o que ao ouvido tinham escutado".
Obedeceram, também, à vontade de sua esposa, a Igreja que clama "Mostra-me, onde descansas ao meio dia". Onde não for meio-dia, e não houver luz tão clara, que se distinga perfeitamente a verdade, fácil será que por ela se tome uma falsa doutrina, na aparência de verdadeira. Na obscuridade, dificilmente se logra distinguir uma da outra.

Sabiam, pois, Nossos Predecessores que já houve, e futuramente sempre haveria homens, que procuram atrair a si as ovelhas, e lhes prometem pastagens mais ricas de sabedoria e ciência; e que muitos haveriam de segui-los, porquanto as águas furtivas são mais doces, e o pão escondido mais suave.


Assim, para evitar que a Igreja, vítima de tal sedução, fosse em pós os rebanhos de companheiros igualmente desnorteados, que não se apóiam em nenhuma certeza da verdade, que "sempre aprendem, sem nunca chegarem ao conhecimento da verdade", os Papas mandaram expor no CATECISMO ROMANO, de maneira clara e luminosa, somente as verdades necessárias, ou as mais proveitosas para a salvação, as quais devem ser explicadas à Cristandade.


Este livro, porém, feito com muito esforço e trabalho, aprovado por consenso geral, acolhido com os maiores aplausos, caiu por assim dizer das mãos dos pastores, graças ao amor de inovações que, em nossos dias, enaltece vários e diversos Catecismos, que de modo algum podem comparar-se com o Romano.

Desse fato resultaram dois males. O primeiro foi de quase destruir a uniformidade no modo de ensinar. Isto causou certo escândalo aos espíritos fracos, que já não pareciam viver em país de uma só boca, ou da mesma linguagem.

Da divergência, que há nos métodos, de expor a doutrina católica, nasceu o segundo mal, que são as contendas. E da porfia com que um se desvanece de seguir a Apolo, outro a Cefas, aquele outro a Paulo, surgiram separações de ânimos e grandes discórdias. A nosso entender, a crueza de tais lutas é o que há de pior, para atalhar a glória de Deus, o que há de mais fulminante, para destruir os frutos, que os fiéis deveriam tirar da disciplina cristã.


No intento de remover, finalmente, estes dois males da Igreja, julgamos pois necessário que se tornasse à fonte, da qual apartaram, desde muito, o povo fiel: uns por falta de prudência, outros por soberba, a fim de se vangloriarem de maior sabedoria, no seio da Igreja.

Portanto, houvemos por bem entregar outra vez aos pastores das almas o mesmo CATECISMO ROMANO, pelo qual a fé católica tomara nova vida anteriormente, e os corações dos fiéis se consolidaram nos ensinamentos da Igreja, coluna e firmeza da verdade. Da mesma maneira, sejam agora os fiéis preservados, o mais possível, de novas opiniões, não abonadas pelo consenso comum, nem pela antiguidade.
Para facilitar a aquisição deste livro, e para emendá-lo dos erros, que se haviam introduzido por descuido dos tipógrafos, mandamos fazer em Roma esmerada reimpressão, conforme o exemplar da edição que Pio V, Nosso Predecessor, promulgara em virtude do decreto baixado pelo Concílio Tridentino. A tradução em língua vulgar, feita e editada por ordem do mesmo São Pio, será agora reimpressa e lançada à publicidade, por iniciativa Nossa.

Nestes tempos tão difíceis para a Cristandade, Nós oferecemos assim, com toda a solicitude, um meio eficacíssimo de remover os enganos de falsas opiniões, de propagar e consolidar a doutrina sã e verdadeira. A vós pertence agora, veneráveis Irmãos, fazer que o livro tenha boa acolhida entre os fiéis. Quiseram os Pontífices Romanos fosse ela proposto aos párocos, a fim de se manter uma unidade geral no método de ensinar.

Portanto, muito vos recomendamos, veneráveis Irmãos, e encarecidamente vos exortamos no Senhor a que mandeis usá-lo, na explicação da doutrina católica, todos os que se ocupam com o ministério das almas, a fim de conservarem não só a unidade de método, como também o amor e a concórdia nos corações. Sendo estas afinal as suas atribuições, deve o Bispo, por isso mesmo, tomar tento que se não ensoberbeça de suas honras, e venha a provocar cismas, e a romper os vínculos da unidade.

Nenhum, todavia, ou minguado proveito traria este livro, se menos hábeis fossem para ensinar, os que devem propô-lo e explicá-lo.

Muito vai, portanto, que para o cargo de ensinar escolhais homens, não só instruídos nas ciências sagradas, mas sobretudo humildes, e ardentes de zeloso amor pela santificação das almas.
Não é, pois, em catadupas de palavras, nem na agudeza de controvérsias, nem na ambição de louvor e glória, que consiste toda a ciência cristã, mas em verdadeira e voluntária humildade.

Existem pessoas a quem uma ciência mais profunda engrandece, ao mesmo tempo que as separa do convívio dos outros. Tanto mais sabem, tanto mais ignoram tais pessoas a virtude da concórdia. Cabe-lhes, pois, a admonestação da própria Sabedoria Divina: "Tende sal em vós, e entre vós conserve a paz!" Devemos possuir o sal da sabedoria, de maneira que sua força nos faça guardar o amor ao próximo e suportar-lhe as fraquezas.


Se largarem, porém, o desejo de sabedoria e edificação do próximo, e passarem a promover discóridas, essas pessoas terão sal sem paz. Nisso não vai dom de virtude, mas um sinal de condenação.

Quanto mais instruídas forem, tanto maior será também o seu pecado. Certamente que as condena estas palavras de Santiago (São Tiago): "Se todavia abrigais no coração um ciúme desabrido e o espírito de contenda, não vos glorieis nem mintais, em contradição com a verdade. Não é, pois, esta a sabedoria que desce do céu, mas é terrena, sensual, diabólica. Pois onde reina ciúme e discórdia, aí há desordem e toda sorte de maldade. No entanto, a sabedoria que vem do céu, é em primeiro lugar púdica, depois pacífica, modesta, dócil, acessível ao bem, cheia de compaixão e de bons frutos, não faz juízos, não é invejosa".

Rogamos a Deus, na humildade de espírito, que aos esforços de Nosso zelo e diligência advenha a largueza de Sua graça e misericórdia, a fim de que não surja nenhuma desavença a perturbar o povo cristão, mas que antes, em vínculo de paz e em espírito de caridade, todos nós unicamente conheçamos, unicamente louvemos e glorifiquemos a Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor. Com este desejo é que vos saudamos num ósculo santo, veneráveis Irmãos, e com a maior afeição vos concedemos a Bênção Apostólica, a vós e a todos os fiéis de vossas igrejas.


Dada e passada no Castelo Gandolfo, aos 14 de Junho de 1761, no terceiro ano de Nosso Pontificado.


Clemente XIII P.P.

(Extraído do Catecismo Romano, Nova versão Portuguesa baseada na edição autêntica de 1566, por Frei Leopoldo Pires Martins, O.F.M. - Ed. Vozes, 1951 - Pág. 73-78)

29 de julho de 2006

A TRADIÇÃO VIVE!!!

Salve Maria!!!

É com profunda alegria que coloco no ar este blog, com o intuito de ser mais um referencial àqueles que buscam conhecer melhor a doutrina Católica, bem como defender a nossa Fé diante dos movimentos modernistas infiltrados dentro da Igreja Católica.

Não é intuito deste espaço denegrir ou tampouco ofender a quem quer que seja. O que queremos mostrar aqui é demonstrar, à Luz dos ensinos dos Santos Padres e da Tradição multissecular de nossa Igreja, e apresentar os erros que se apresentam como "luz de verdade"...

Sejam bem vindos!

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